O ciclismo pode ser divido em cinco principais modalidades: BMX (Bicycle motocross), Estrada (Road), Pista (Track), Mountain Bike (MTB) e o Paraciclismo. Sendo o ciclismo de estrada o mais popular entre os atletas amadores, fazendo parte também do triatlo. Este teve sua primeira competição datada em 1868 em Paris, fazendo parte pela primeira vez dos jogos olímpicos em 1896 em Atenas. Contando hoje com as provas contrarrelógio, ultramaratonas e etapas de menor quilometragem. Trazendo diversos benefícios aos seus praticantes, o ciclismo de estrada está associado a uma diminuição de 22% do risco de doenças cardiovasculares, não tendo diferença entre homens e mulheres ou dose-dependência para este resultado.
As corridas são disputadas em diferentes terrenos e condições climáticas, com grande quantidade de participantes e em média as bicicletas atingem mais de 40 km/h podendo chegar a mais de 80 km/h aumentando o risco de lesões traumáticas destes atletas. Além disto, atletas profissionais pedalam cerca de 30 000 quilômetros por ano tendo entre 50 e 110 dias de corridas intensas neste mesmo período mostrando o quão extenuante este esporte pode ser, expondo assim os participantes a um alto número de lesões por sobrecarga.
Levando em conta esta divisão as lesões traumáticas contabilizam entre 48 e 53% do total de lesões. Dentre elas, principalmente fraturas e lacerações, sendo a maioria nos membros superiores (39,4%) especificamente o ombro (22% a 30%) e a mão (29%) com resultados variando de acordo com a população estudada (amadores ou profissionais). Estas localizações podem ser explicadas por reflexo ou uma tentativa de diminuição do impacto com os membros superiores após colisões ou quedas durante as provas.
Outra lesão traumática alvo de estudos recentes é a concussão, definida como uma lesão cerebral traumática leve causada por uma força direta ou indireta ao cérebro resultando em sintomas neurológicos que podem afetar o indivíduo cognitivamente, somaticamente e/ou emocionalmente. Contabilizando menos de 10% das lesões a concussão ainda é pouco conhecida pela população geral, tendo um estudo demonstrado que a maioria dos praticantes sabem sua definição, porém desconhecem todos os seus sintomas ou quando procurar atendimento especializado.
Levando em consideração as lesões traumáticas a principal forma de prevenção é o uso de equipamento protetivo, no caso do capacete, e atenção durante as provas ou treinos. Levando em consideração a atenção, um estudo tentou mostrar a importância dos sons do tráfego para ciclistas amadores. Neste estudo 77% dos participantes jovens declararam ouvir música ou falar ao telefone enquanto pedalam e destes, 15% relataram só ouvir sons altos enquanto ouvem música, o que pode diminuir a capacidade de atenção e autoconsciência durante esta prática.
As lesões por sobrecarga representam entre 46 e 51% de todas as lesões do ciclismo de estrada. Sendo os membros inferiores e a coluna os principais afetados. Nos membros inferiores o local mais afetado foi o joelho (32-36%). As lesões mais encontradas foram a tendinopatia patelar, síndrome da banda iliotibial, dor lombar mecânica, contratura de isquiotibiais e tendinopatia de calcâneo. Sendo estas localizações e lesões explicadas, pensando nos membros inferiores, pelos músculos e articulações envolvidas na maioria serem os mais recrutados para esta atividade.
Olhando individualmente cada uma das lesões por sobrecarga no ciclismo, todas, sem exceção, tem como primeira forma de manejo o tratamento conservador, ou seja, o tratamento fisioterapêutico. Que terá como principal objetivo o retorno destes atletas ao mesmo nível atingido antes da lesão o mais rápido possível, tentando sempre diminuir o tempo de afastamento que quanto mais cedo for tratado menor será a severidade e consequentemente o tempo de tratamento. Quando se pensa na prevenção destas lesões as melhores alternativas são o controle da carga de treino bem como treinos preventivos que serão voltados aos fatores de risco já comprovados por literatura para cada tipo de lesão e subgrupo de paciente e ambos podem ser feitos por fisioterapeutas.
Então, na hora de pedalar não esqueça do capacete, do controle de carga e consulte um
fisioterapeuta especializado para prevenção ou tratamento das lesões, e deixe o fone de ouvido
de lado por um tempo.
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